Subscrito pela empresa "Hipocausto", o projecto, que visa valorizar o património arqueológico submerso de Quarteira, prevê passeios em barcos de fundo de vidro, motas de água especiais (que podem descer até aos 12 metros de profundidade), e a realização de mergulhos, com garrafa ou com respirador ("snorkeling"). A ideia é colocar placas explicativas - dentro de água e junto aos locais de interesse - a identificar as estruturas passíveis de serem visitadas, algumas com mais de 2.000 anos.

Segundo o coordenador do projecto, Manuel Maia, um dos objectivos do projecto é salvaguardar o património subaquático existente ao largo daquela cidade, que ao longo dos anos tem vindo a ser destruído pela acção humana. "Muito do património ali existente já foi perdido", lamenta. "Há quem recolha moedas romanas do núcleo arqueológico de Loulé Velho e até houve quem levasse para casa uma asa do avião encontrado junto à Marina de Vilamoura".

Manuel Maia acrescenta que a exploração turística do mar de Quarteira "implicará a interdição da pesca no local e um controlo reforçado por parte das autoridades marítimas, para evitar a presença de eventuais caçadores de artefactos arqueológicos".

De acordo com aquele responsável, na área abrangida pelo estudo (cerca de 4 quilómetros ao longo do litoral) poderão ser criados quatro ou cinco circuitos distintos, de interesse arqueológico e geológico. A realização do projecto, que envolveu pesquisa documental, levantamento topográfico e investigação submarina, permitiu identificar vários locais passíveis de exploração turística no litoral, designadamente as ruínas de Loulé Velho, o Forte Novo, Torre de Quarteira, Vinhas do Casão e Cerro da Vila. Do projecto faz parte ainda a edição de um CD-Rom com reconstrução virtual dos locais em três dimensões.

O projecto "Quarteira Submersa" é o último dos 17 projectos já elaborados no âmbito do INOVAlgarve - uma iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, com o apoio de fundos comunitários. O próximo passo é o lançamento de um concurso público para a exploração turística dos locais, com o apoio do Instituto Português do Património Arqueológico (IPPA) e da Câmara Municipal de Loulé.

Outros detalhes do projecto serão patentes na Mostra de Inovação, incluída no Seminário do Inovalgarve. As inscrições do evento fecham no dia 25 de Novembro.
2004-11-23