São produtos tradicionais do Algarve, reconhecidos pela qualidade, e que representam apenas a ponta do iceberg no que toca a potencialidades. Essa é a opinião de vários técnicos, entidades, e produtores que a convite da Comissão de Coordenação Regional do Algarve se juntaram para debater as condicionantes e potencialidades do sector no âmbito da revitalização de zonas como a Costa Vicentina, o Barrocal, a Serra e o Baixo Guadiana. Estas Áreas de Baixa Densidade são caracterizadas pela redução e envelhecimento da população mas é de lá que chegam alguns dos melhores produtos típicos regionais, importante base de rendimento para várias famílias.

Apesar da qualidade, a falta de organização dos produtores, a debilidade das estruturas de comercialização, o exercício informal e por vezes quase à margem da lei de algumas actividades, a dificuldade no recrutamento de mão de obra e os entraves à certificação dos produtos são ainda uma realidade. Para combater estes “contras” no Algarve está em marcha um plano de intervenção, apoiado em diversos instrumentos de financiamento, a maior parte ligados ao PROALGARVE e com a colaboração da Comissão de Coordenação, Direcção Regional de Agricultura, Globalgarve e outras entidades.

Os domínios dessa intervenção passam pela assistência técnica aos produtores, através da inovação tecnológica, incentivos à iniciativa empresarial e criação de redes de comercialização; pela certificação de qualidade de novos produtos como os sumos de citrinos do Algarve, a ameijôa boa da Ria Formosa, o borrego de raça churra, os enchidos de Monchique, doce de batata doce ou o sal marinho das salinas de Castro Marim e Tavira ; pela concepção de uma estratégia de marketing dos produtos tradicionais de qualidade, a criação da marca Algarve e a análise de oportunidades de mercado e pela formação profissional com projectos-piloto voltados para o mundo rural, colóquios e acções de sensibilização e divulgação.

2002-03-07