A assinatura do memorando de entendimento para o projeto “Culatra 2030 – Comunidade Energética Sustentável”, decorreu dia 26 de março na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), em Faro, tendo como protagonistas a Universidade do Algarve, a Associação de Moradores da Ilha da Culatra, a CCDR Algarve, o Município de Faro e o Secretariado da Clean Energy for EU Islands.

A Ilha da Culatra é uma das seis ilhas piloto que vai receber apoio do Secretariado da Clean Energy for EU Islands, e a assinatura do protocolo decorre de uma candidatura apresentada pela Universidade do Algarve, na sequência do desafio lançado no seio do Grupo de Trabalho ENERGIA do Conselho de Inovação Regional do Algarve (CIRA), que junta representantes de entidades públicas, associações, empresas e a academia, no âmbito da dinamização da Estratégia Regional para a Especialização Inteligente (RIS3 Algarve).

A criação de uma Agenda de Transição Energética nesta ilha da Ria Formosa posicionará o Algarve como centro de excelência em investigação e formação em energias renováveis. Pretende-se ainda criar pontes efetivas entre a comunidade local, a investigação no setor renovável e as empresas, promovendo a sustentabilidade ambiental e a adaptação da ilha às alterações climáticas.

No decorrer da sessão, o presidente da CCDR Algarve, Francisco Serra, destacou a importância do «Culatra 2030», e referiu que a aprendizagem não se faz apenas com investigação, mas também com a participação das comunidades. “Não sabemos exatamente qual vai ser o resultado final, pois não estamos perante um processo de criação industrial, mas certamente que se concretizará num conjunto de conhecimentos, normas, recomendações, para permitir que outros possam fazer algo semelhante”.

No decurso do processo dinâmico do «Culatra 2030», em fase de arranque serão debatidas soluções técnicas com grupos de peritos, incluindo investigadores, associações empresariais e técnicos do setor empresarial. Do debate com os moradores resultará o dimensionamento de uma planta de geração e armazenamento de energia produzida a partir de fontes de energias renováveis, com a utilização de excedentes para a potencial dessalinização de água e tratamento de resíduos.

Porquê a Ilha da Culatra? “Porque foi considerado um local ideal para testar um novo modelo económico que funcione em circuito fechado, minimizando consumos de materiais e perdas de energia, uma verdadeira “Economia Circular” que permita a sustentabilidade ambiental da ilha e a iminente necessidade de adaptação às alterações climáticas”, referiu durante a sessão investigador Jânio Monteiro da Universidade do Algarve.

Recorde-se que o CIRA, presidido pela CCDR Algarve, tem lançado ao longo dos últimos três anos desafios aos atores regionais na procura de caminhos para a diversificação e inovação da base económica regional e perspetivas para o financiamento de projetos com fundos da União Europeia, procurando contribuir para o reforço da sua sustentabilidade.

Clean Energy for EU Islands é uma iniciativa da União Europeia, podendo encontrar-se mais informações aqui.

2019-03-28