Na moderna embarcação “Mar da Armona”, David Santos visitou as infraestruturas da Companhia das Pescarias do Algarve, uma empresa algarvia com 178 anos de história “ que pretende afirmar-se dentro de dois anos como o maior produtor de bivalves da Península Ibérica, perspectivando produzir três a quatro mil toneladas ano. Setenta por cento da produção de mexilhões destinam-se à exportação. Neste momento já temos encerradas as encomendas de Natal para Paris e Bruxelas e os restantes trinta por cento vão para as grandes empresas de distribuição do mercado nacional e uma franja da restauração gourmet. Hoje mesmo está a seguir da nossa fábrica a primeira entrega ao grupo Jerónimo Martins.”, segundo referiu o administrador da Companhia, António Farinha.
“Este projeto foi idealizado há dez anos. Entretanto desde há três anos para cá a Companhia das Pescarias do Algarve lançou-se na produção de ostras, mexilhões e vieiras. Não íamos fazer robalos e douradas porque os gregos conseguem pôr cá esses peixes com preços muito abaixo do nosso custo de produção. Os bivalves não precisam de ser alimentados e são um mercado em que a procura é maior do que a oferta. Além disso, as nossas águas têm uma excelente qualidade. Este ano comprámos os primeiros viveiros de amêijoas. Agora estamos à espera de luz verde das autoridades para investir numa nova fábrica em Olhão, com uma linha de congelação, onde pretendemos criar quinze novos postos de trabalho, num investimento orçamentado em 2,5 milhões de euros.Como o futuro do nosso negócio e o do Algarve depende de projectos construídos com base em parcerias fortes, estamos a avançar com uma campanha para promover o consumo de bivalves e recentemente proporcionámos experiências degustativas no El Corte Ingles e no Festival do Marisco de Olhão. Para 2014 é nossa intenção voltar a participar na “European Seafood and Seafood Processing Expo”, o maior certame do género que decorre em Bruxelas”, disse António Farinha.
“O futuro passa pelas parcerias, pela internacionalização e por trazermos conhecimento e emprego qualificado para as empresas. Um dos aspetos de maior relevo das parcerias será articulação entre o meio académico e o meio empresarial, através da capacitação e do assimilar de competências efectivas, reconhecidas no mercado de trabalho. No novo ciclo de apoios comunitários CRESC Algarve 2014 - 2020, vamos ter por exemplo, mestrados e doutorados colocados nas empresas através do Eixo da Competitividade que irá absorver 60 por cento dos dinheiros comunitários. A Região mostra que tem condições únicas para fazer diferente. A competitividade do Algarve passa também pela aposta no mar e na aquacultura. Este é um bom exemplo”, explicou David Santos à margem da visita.
Fotos do roteiro às empresas ligadas à economia do mar.