A exposição “Histórias que o rio nos traz” em torno do Rio Arade, destaca a centralidade do mesmo, que desde a Antiguidade foi um ponto de acesso ao interior do país, devido às excelentes condições de porto de abrigo natural do seu estuário, o que levou Portimão, provável ‘Portus Hanibalis’, ‘Portus Magnus’ ou ‘Cilpis’, a crescer em estreita ligação com o rio, inserindo-se numa extensa rede de intercâmbios comerciais e culturais.
O assoreamento progressivo do Arade condicionou a sua navegação, sendo necessário um plano regular de dragagens para retirar do leito do rio enormes quantidades de sedimentos, posteriormente depositados nas praias, nos quais foram descobertos inúmeros vestígios do passado, testemunhos da ocupação desta região desde a pré-história até a atualidade.
Esses testemunhos foram recolhidos pelos membros da Associação Projecto IPSIIS, com quem o Museu de Portimão desenvolve desde 2014 um inovador projeto de investigação, intitulado DETDA - Prospeção com detetores de metais nos depósitos de dragados do rio Arade e da ria de Alvor, merecendo destaque o relevante envolvimento e participação da sociedade civil neste processo. Criado em 2001, na dependência do já extinto CNANS (Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática), o IPSIIS constitui-se como associação em 2014.
Integrada nas comemorações de “Portimão, Cidade centenária (1924-2024), esta exposição de arqueologia permite encarar os dois cursos de água como repositórios de património e a valorização dos vestígios recuperados enquanto reflexos materiais das populações que habitaram as suas margens.
O Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I. P., José Apolinário, e Frederico Tátá, Diretor da Unidade de Cultura, participaram na Inauguração, que ficará aberta ao público até 3 de novembro.
Crédito fotográfico: Museu de Portimão