As excepções a estas quebras generalizadas dos movimentos de passageiros e de fluxos são: o movimento de passageiros nas carreiras da Ria Formosa (por motivos que se prendem sobretudo pela extensão do tempo estival pelos mês de Outubro); o aumento do Tráfego Médio Diário na Ponte Internacional do Guadiana; e o aumento do movimento de passageiros nas carreiras rodoviárias urbanas e nas carreiras rodoviárias inter-regionais. O aumento do movimento de passageiros nestas últimas ligações vem reforçar a tendência, já verificada em trimestres anteriores, de perda de importância do modo ferroviário nas ligações inter-regionais, muito afectado, também no 4º trimestre, pelo número de greves ocorridas.
A quebra generalizada dos movimentos de passageiros e dos fluxos viários na Região, apenas com as excepções acima apontadas, prolonga a série de decréscimos observada nos vários modos de transporte nos trimestres anteriores, sendo ainda de assinalar que, neste 4º trimestre, a generalidade dos decréscimos é ainda mais acentuada do que em trimestres anteriores. Destacam-se sobretudo os acentuados decréscimos do tráfego nas grandes vias regionais – o troço da A2 na Região e a A22 – e ainda no modo ferroviário (intra e inter-regional).
Merecem destaque:
1 - Transporte Aéreo:
No 4º trimestre de 2011, o Aeroporto Internacional de Faro registou um movimento de 7.015 voos e de 925.720 passageiros (ambos os indicadores reportando-se somente aos voos e passageiros comerciais). Estes valores representam decréscimos relativamente ao trimestre homólogo (2010) de 5,2% (número de voos) e de 2,2% (movimento de passageiros).
Os valores absolutos para o 4º trimestre de 2011 são os valores mais baixos para os trimestres homólogos dos quatro anos anteriores (desde 2007) e, de certa forma, constituem uma retracção no aumento dos movimentos que se vinham a registar há 7 trimestres consecutivos – no número de voos – e há 5 trimestres consecutivos – no movimento de passageiros. A tendência de retoma, que se vinha a desenhar desde o início de 2010, sofreu uma ligeira inflexão, havendo assim que esperar pelos valores do movimento nos próximos trimestres para se apurar se a quebra no último trimestre de 2011 foi um fenómeno conjuntural e isolado ou, por outro lado, se terá tido lugar um período mais longo de estagnação (ou retracção) do movimento do modo aéreo.
2 - Transporte Marítimo/fluvial:
No 4º trimestre de 2011, as carreiras que operam na Ria Formosa transportaram um total de 78.190 passageiros, o que corresponde a um aumento de 68,4% relativamente ao trimestre homólogo (4º trimestre de 2010). Este crescimento relativamente ao trimestre homólogo, sem dúvida muito expressivo, tem como principal explicação o facto de o tempo estival, em 2011, se ter prolongado pelo mês de Outubro. Por este motivo, e como as carreiras da Ria Formosa servem fundamentalmente para levar a população às praias das ilhas-barreira, o mês de Outubro registou um movimento de passageiros muito superior ao do mês de Outubro de 2010.
A carreira que assegura a travessia do Guadiana (Vila Real de Santo António - Ayamonte) transportou um total de 25.743 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 4,6% relativamente ao trimestre homólogo (4º trimestre de 2010).
No caso das carreiras da Ria Formosa, a variação trimestral homóloga positiva constitui a retoma de uma série de 4 trimestres consecutivos de variações trimestrais homólogas positivas, apenas interrompida pelo 3º trimestre de 2010. No caso da carreira do Guadiana, os valores do 4º trimestre prolongam uma já extensa sucessão de variações trimestrais homólogas negativas: pelo menos, 16 trimestres em decréscimo, desde o 1º trimestre de 2008.
3 - Transporte ferroviário:
No 4º trimestre de 2011, o sistema ferroviário regional (Lagos - Vila Real de Santo António) transportou um total de 403.354 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 8,5% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2010).
O Longo Curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentou um total de 106.613 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 17,4% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2010).
No caso do sistema regional, esta é a quinta variação trimestral homóloga negativa consecutiva (desde o 4º trimestre de 2010). Quanto às ligações do Longo Curso, está-se na presença da 7ª variação trimestral homóloga negativa (desde o 2º trimestre de 2010).
4 - Tráfego nos principais eixos rodoviários:
No 4º trimestre de 2011, o Tráfego Médio Diário (TMD) no troço terminal da A2 na Região (S. B. Messines - Paderne) situou-se nos 5.725 veículos, o que corresponde a uma diminuição de 21,9% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2010).
Na A22, o TMD situou-se nos 10.755 veículos, o que corresponde a uma diminuição de 24,0% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2010).
Na Ponte Internacional do Guadiana, o TMD situou-se nos 9.568 veículos, o que corresponde a um aumento de 23,2% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2010).
Tanto no troço terminal da A2 como na A22, estas são as quintas variações trimestrais homólogas negativas consecutivas (desde o 4º trimestre de 2010). Contudo, e no caso da Ponte Internacional do Guadiana, a variação homóloga positiva de 23,2% constitui uma quebra, muito significativa, numa sucessão de variações trimestrais homólogas negativas que contabilizava já 11 trimestres.
5 - Transporte colectivo rodoviário:
No 4º trimestre de 2011, foram transportados 354.633 passageiros nas ligações urbanas regionais, o que corresponde a um aumento de 5,6% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2010).
As ligações inter-urbanas transportaram um total de 1.626.536 passageiros, o que corresponde a uma diminuição de 6,0% relativamente ao trimestre homólogo anterior.
As ligações inter-regionais asseguraram o transporte de 169.565 passageiros, correspondendo a um aumento de 3,4% relativamente ao trimestre homólogo anterior.
As ligações internacionais (carreira Lagos – Sevilha) transportaram um total de 4.119 passageiros, o que se traduz num decréscimo de 2,1% relativamente ao trimestre homólogo anterior.
No caso das ligações urbanas, este trimestre retoma uma longa série de variações trimestrais positivas consecutivas, apenas interrompida pelos 2º e 3º trimestres de 2011. No caso das ligações inter-urbanas, esta variação trimestral negativa constitui a 16ª variação trimestral negativa consecutiva (pelo menos, desde o 1º trimestre de 2008). Quanto às ligações inter-regionais, trata-se da 4ª variação trimestral homóloga positiva, que vem reforçar a importância da opção pela deslocação no serviço expresso, em detrimento da opção ferroviária, já apontada no relatório do 3º trimestre 2011. Por último, e em relação ao movimento nas ligações internacionais, verificou-se que os valores para o 4º trimestre retomam a tendência de decréscimo já observada nos dois primeiros trimestres do ano; no entanto, devido ao valor fortemente positivo do 3º trimestre, o balanço anual deste movimento é positivo.
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