A Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA), criada pela Comissão Europeia em 2021, é um pilar essencial da União Europeia da Saúde com estrutura permanente dotada de instrumentos e recursos adequados para planear com antecedência a ação da UE em caso de emergências sanitárias.
Em conformidade com o seu plano de trabalho para 2022, a HERA, em colaboração com os serviços da Comissão, as agências da UE e os parceiros e peritos internacionais, elaborou uma lista que inclui três categorias de ameaças potencialmente fatais ou de alguma forma gravemente prejudiciais para a saúde que podem propagar-se pelos Estados-Membros:
Agentes patogénicos com elevado potencial pandémico: inclui o exame de famílias virais específicas preocupantes, tendo igualmente em conta a natureza zoonótica (doença infeciosa de animais, geralmente transmissível ao ser humano) da maioria das doenças infeciosas emergentes com consequências graves. Esta categoria inclui principalmente as famílias de vírus de ARN respiratórios;
Ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares: estas podem resultar de uma libertação acidental ou deliberada, atendendo às tensões geopolíticas mundiais, bem como de incidentes causados por pessoas mal-intencionadas. As substâncias QBRN foram identificadas com base na sua probabilidade de ocorrência e no seu potencial impacto na saúde humana;
Ameaças resultantes da resistência antimicrobiana, que representam um dos maiores riscos para a saúde humana, estimando-se que a resistência antibacteriana seja, por si só, responsável por mais de 1,2 milhões de mortes por ano a nível mundial.
A identificação das principais ameaças à nossa segurança sanitária visa assegurar o desenvolvimento, a capacidade de produção e a produção em maior escala, a aquisição e a potencial constituição de reservas de medicamentos, diagnósticos, dispositivos médicos e equipamentos de proteção individual, bem como outras contramedidas médicas, a fim de garantir a sua disponibilidade e acessibilidade em caso de necessidade.