Defenida a rota, a fase agora é de sinalização no terreno com mais de 800 equipamentos incluindo páineis, placas de direcção, postes e setas. Trata-se de estruturas confeccionadas em madeira, e em conformidade com as regras nacionais e internacionais para a instalação de percursos pedestres.

Nos painéis será colocada informação sobre cada percurso, desde as características da zona onde se insere, os valores culturais e naturais envolventes e a localização de áreas de descanso. Já as placas e as setas terão como objectivo indicar o sentido do itinerário e identificá-lo como parte da Via Algarviana. Localidades e pontos de interesse cultural serão referidos nos postes.

O projecto é liderado pela Almargem e tem como parceiros a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve, a Associação de Munícipios, e as Câmaras Municipais de Alcoutim, Castro Marim, Tavira, S. Brás de Alportel, Loulé, Silves e Lagos. Estão ainda envolvidas entidades como a Associação In Loco.

Inserida na temática do ecoturismo e do pedestrianismo, pretende-se que a Via se transforme numa grande rota nacional e trans-europeia, por forma a promover os valores culturais e naturais do interior algarvio.

Para o presidente da Câmara Municipal de São Brás, a possibilidade de percorrer o interior a pé, de uma forma organizada, orientada e com promoção tanto no país como no estrangeiro, vai incentivar a criação de actividades paralelas, essenciais ao barrocal e à serra.

São Brás é totalmente atravessado pela Via Algarviana. António Eusébio espera que essa passagem leve também ao “seu território” alojamentos, restaurantes e outras unidades de apoio a essa nova vertente turística, “porque a Via Algarviana se trata, afinal, da matéria-prima para muitas e diversificadas actividades económicas.”

A Via Algarviana está, desde 1998, incluída no Plano Nacional de Caminhos de Grande Rota, elaborado pela Fderação de Campismo e Montanhismo de Portugal. No futuro, deverá fazer parte de percursos transeuropeus, prevendo a Almargem que integre o chamado E9, oriundo de S. Petesburgo, na Rússia, com ligação a Tarifa, em Espanha. Para o lídeer da associação ambientalista, a Via Algarviana tem potencial para vir a ser reconhecida nacional e internacionalmente. “pode ser utilizada por milhares de caminhantes e outros turistas” diz João Ministro que também espera que a rota “seja reconhecida pelas instituições regionais como uma valia imprescindível no desenvolvimento do interior”, e deixa o alerta: o pleno sucesso da Via Algarviana envolve a concretização de uma importante componente, associada à sua sustentabilidade a longo prazo. “Será necessário garantir a sua futura manutenção, dinamização e promoção. E depois, criar à sua volta, condições de incentivo ao aparecimento de várias infraestruturas de apoio, nomeadamente para o alojamento e repouso dos pedestrianistas.”

Assim sendo, poderemos estar perante o nascer de um “outro destino” turístico na região.
2007-03-05