As excepções são o ligeiro incremento dos indicadores associados ao transporte aéreo, no qual se destaca o peso crescente dos passageiros movimentados com os aeroportos do espaço nacional, e os aumentos de tráfego verificados em alguns troços da EN125, em estreita relação com a enorme descida nos volumes de tráfego ocorridos na A22.

De uma forma geral, houve decréscimos muito acentuados nos principais fluxos, sendo particularmente notórias as quebras no Tráfego Médio Diário dos grandes eixos rodoviários regionais e inter-regionais, acompanhados pelos decréscimos (embora menos acentuados) nos movimentos dos transportes colectivos rodo e ferroviário.

Para uma análise mais detalhada, destaca-se:


1 - Transporte Aéreo:

No 4º trimestre de 2012, o Aeroporto Internacional de Faro registou um movimento de 7.029 voos e de 949.270 passageiros (ambos os valores reportam-se somente ao movimento comercial). O número de voos verificado no trimestre corresponde a um ligeiro acréscimo de 0,2% relativamente ao trimestre homólogo (4º trimestre de 2011), enquanto o movimento de passageiros registou um acréscimo de 2,5% relativamente ao mesmo período.

Relativamente ao número de voos, o ligeiro acréscimo de 0,2% constitui uma quebra na série de quatro variações trimestrais homólogas negativas que já vinha desde o 4º trimestre de 2011; já no movimento de passageiros, o acréscimo de 2,5% reforça a recuperação observada no trimestre anterior, que interrompeu uma série de 3 variações trimestrais homólogas negativas (também iniciada no 4º trimestre de 2011).

No trimestre, o Aeroporto Internacional de Faro movimentou 67.690 passageiros com os restantes aeroportos do espaço nacional, valor que corresponde a 7,1 % do total do movimento de passageiros no trimestre. Comparativamente com o trimestre homólogo do ano anterior (2011), verificou-se um ligeiro decréscimo de 0,4% no movimento com os aeroportos nacionais que, ainda assim, não é compromete o significativo crescimento verificado nos últimos anos.

2 - Transporte Marítimo/fluvial:

No 4º trimestre de 2012, as carreiras que operam na Ria Formosa transportaram um total de 60.815 passageiros, o que corresponde a uma diminuição de 22,2% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2011). A carreira que assegura a travessia do Guadiana (Vila Real de Santo António - Ayamonte) transportou um total de 21.897 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 14,9% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2011).

Registam-se assim, em ambos os sistemas, decréscimos significativos no movimento de passageiros. A acentuada descida do movimento nas carreiras da Ria Formosa, quando comparada com o trimestre homólogo de 2011, ficou-se a dever sobretudo ao facto de o tempo estival não se ter, como em 2012, prolongado pelo mês de Outubro. No caso do sistema do Guadiana, o decréscimo do movimento de passageiros, também acentuado, insere-se numa tendência já longa de consecutivos decréscimos (apenas interrompida no 1º trimestre de 2012).

3 - Transporte ferroviário:

No 4º trimestre de 2012, o sistema ferroviário regional (Lagos - Vila Real de Santo António) transportou um total de 333.048 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 17,4% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2011).

O Longo Curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentou um total de 106.025 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 0,6% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2011).

No caso do sistema regional, esta é já a nona variação trimestral homóloga negativa consecutiva (desde o 4º trimestre de 2010). Quanto às ligações do Longo Curso, e tendo em consideração o contexto recessivo e as perturbações causadas no normal funcionamento dos serviços por efeito das greves, poder-se-á considerar o ligeiro decréscimo (0,6% relativamente ao 4º trimestre de 2011) pouco significativo.

4 - Tráfego nos principais eixos rodoviários:

No 4º trimestre de 2012, o Tráfego Médio Diário (TMD) no troço terminal da A2 na Região (S. B. Messines - Paderne) situou-se nos 4.464 veículos, o que corresponde a uma diminuição de 22,0% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2011).

Na A22, o TMD situou-se nos 5.592 veículos, o que corresponde a uma diminuição de 48,0% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011).

Na Ponte Internacional do Guadiana, o TMD situou-se nos 8.192 veículos, o que corresponde a uma diminuição de 10,5% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011).

Tanto no troço terminal da A2 como na A22, estas são as nonas variações trimestrais homólogas negativas consecutivas (desde o 4º trimestre de 2010). Regista-se, como se registou em todos os restantes trimestres de 2012, que os decréscimos deste ano são particularmente mais elevados do que em 2011. Enquanto na A22 os fortíssimos decréscimos são explicados sobretudo pela introdução de portagens (em Dezembro de 2011) e pelo fim das isenções (Outubro de 2012), no troço terminal da A2, portajado desde a sua entrada em funcionamento (2002), a explicação para os acentuados decréscimos de tráfego passa sobretudo pela situação económica vivida no País.

À semelhança do que se observou em trimestres anteriores, verificou-se que a diminuição do tráfego no troço terminal da A2 (22,0%) não significou necessariamente um acréscimo do tráfego no troço alternativo do IC 1 compreendido entre S. B. Messines e Tunes, sem custos de portagem. Também neste troço do IC 1, com um TMD de 5.783 veículos, se registou um decréscimo de 15,6% relativamente ao trimestre homólogo (de 2011). De novo, e há já muitos trimestres consecutivos, tanto pela via portajada como pela via alternativa (não portajada) – que são os principais eixos viários de entrada e saída da Região –, registam-se acentuados decréscimos dos TMD, o que indicia não apenas uma efectiva quebra das deslocações de e para a Região, mas também o consolidar da opção pelo transporte colectivo (ferroviário e rodoviário) que, mesmo com algumas variações trimestrais negativas, não são de valor tão baixo como as diminuições dos TMD naqueles dois eixos.

A quebra acentuada do tráfego na A22 (48,0%) parece, também neste trimestre, consubstanciar o aumento do tráfego em dois troços da EN125, o eixo regional longitudinal alternativo. O troço da EN 125 Odiáxere – Estombar registou um TMD de 19.429 veículos, o que corresponde a um aumento de 7,8% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011); enquanto o troço da EN 125 TaviraMonte Lagoa registou um TMD de 12.124 veículos, o que corresponde a um aumento de 4,4% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011). Nestes dois troços da EN125 registaram-se, nos 4 trimestres de 2012, aumentos do TMD muito significativos, relativamente aos trimestres homólogos de 2011, o que indicia uma clara “fuga” da A22 para eixos não portajados. O único troço (monitorizado) da EN 125 que não apresenta crescimento de tráfego é o troço da EN 125 S. João da Venda Faro Norte: o TMD de 37.962 veículos corresponde a um decréscimo de 1,7% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011), que se constitui como a oitava quebra trimestral consecutiva neste troço de acesso à cidade de Faro.

5 - Transporte colectivo rodoviário:

No 4º trimestre de 2012, foram transportados 324.083 passageiros nas ligações urbanas regionais, o que corresponde a um decréscimo de 8,6% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011).

As ligações inter-urbanas (regionais) transportaram um total de 1.535.709 passageiros, o que corresponde a um decréscimo de 5,6% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011).

As ligações inter-regionais asseguraram o transporte de 161.212 passageiros, correspondendo a um decréscimo de 4,9% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011).

As ligações internacionais (carreira Lagos – Sevilha) transportaram um total de 4.116 passageiros, o que se traduz num decréscimo de 0,1% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2011).

Como principal destaque, como já vem sucedendo há três trimestres consecutivos, é a notória ocorrência de decréscimos no movimento de passageiros em todos os quatro segmentos do transporte colectivo rodoviário. Os decréscimos mais relevantes ocorreram nas ligações urbanas – um segmento com 4 variações trimestrais homólogas negativas (todo o ano de 2012) – e nas ligações inter-urbanas regionais – um segmento que acumula já uma série de 20 trimestres consecutivos em queda. As ligações inter-regionais apresentam um decréscimo de 4,9%, valor mais significativo que o decréscimo observado no modo ferroviário (0,6%), embora, em termos absolutos continue a movimentar um volume superior de passageiros (161.025 contra 106.025 no Longo Curso ferroviário).

2013-02-25