A Dieta Mediterrânica foi inscrita a 4 de Dezembro de 2013 na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. Tratou-se de uma candidatura e um processo totalmente novo, que substituiu e alargou a candidatura de 2010 da iniciativa de Espanha, Itália, Grécia e Marrocos.
A decisão, que abrangeu Portugal e a sua comunidade representativa Tavira, mas também a Croácia / Hvar e Brac, Chipre / Agros, Espanha / Soria, Grécia / Koroni, Itália / Cilento e Marrocos / Chefchaouen, foi tomada em Baku, capital do Azerbaijão, na 8ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.
Com esta inscrição, Portugal assumiu particulares responsabilidades na defesa das culturas locais, a obrigação de realizar inventários e de participar no Plano de Salvaguarda com os outros Estados e comunidades representativas.
A Dieta Mediterrânica envolve uma série de competências, conhecimentos, rituais, símbolos e tradições ligadas às colheitas, à safra, à pesca, à pecuária, à conservação, processamento, confeção e, em particular, à partilha e ao consumo dos alimentos. Comer em conjunto é a base da identidade cultural e da sobrevivência das comunidades por toda a bacia do Mediterrâneo.
Apesar da candidatura “Dieta Mediterrânica” ser uma candidatura de “7 países”, sendo Portugal um desses países, a influência mediterrânica não se faz sentir de forma uniforme ao longo do território nacional, constituindo o Algarve, claramente, a mais mediterrânica das regiões portuguesas. Igualmente, sendo Tavira a comunidade portuguesa representativa nesta candidatura, faz todo o sentido que diversas entidades regionais se tenham unido para preparar este documento.
Apesar de nível nacional se terem realizado diversas ações e de ser intenção a concretização de um Plano para a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica a nível nacional, o qual ainda não está executado, o Plano de Ação e Salvaguarda – Algarve está realizado e tem como objetivo manter, salvaguardar e transmitir às novas gerações os fundamentos e práticas da Dieta Mediterrânica.
Pretende-se com este documento recolher opiniões, sugestões e contributos para Plano de atividades 2018-2021 para a Região do Algarve da Salvaguarda da Dieta Mediterrânica, até ao dia 15 de maio de 2018.
Em março de 2014, a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve) dinamizou a constituição de uma Comissão Regional da Dieta Mediterrânica que integra diversos parceiros regionais, públicos e privados.
A Comissão Regional da Dieta Mediterrânica tem como objetivo acompanhar os projetos “Dieta Mediterrânica (DM) - Algarve”, que têm vindo a ser aprovados no âmbito dos Programas Operacionais regionais, assegurando a articulação entre as ações e atividades de forma a otimizar as ligações e sinergias entre os parceiros, garantindo uma atuação concertada a nível regional no sentido de dar uma melhor resposta à concretização do Plano de Salvaguarda da Dieta Mediterrânica.
A Comissão Regional da Dieta Mediterrânica é presidida pela CCDR Algarve e tem como parceiros as seguintes entidades: Universidade do Algarve, Município de Tavira, Direção Regional de Cultura do Algarve, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Região de Turismo do Algarve, Turismo de Portugal (Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, Associação IN Loco, Associação dos Hoteleiros e Industriais do Algarve, Confraria dos Gastrónomos do Algarve, Confraria dos Enófilos e Gastronómica do Algarve, Tertúlia Algarvia e Fundação Portuguesa de Cardiologia – Algarve.
A CCDR Algarve, entidade que preside a Comissão Regional da Dieta Mediterrânica, promoveu uma reunião da mesma no dia 7 de março de 2018 no sentido de ser aprovado o documento que agora é colocado em consulta pública.
Com o Plano de Salvaguarda da Dieta Mediterrânico pretende-se apoiar a continuidade deste “modo de vida” de modo sustentável e transmitir às gerações vindouras o conceito da dieta mediterrânica. É nesse sentido que Universidade do Algarve, que coordenou os trabalhos, em colaboração com diversas entidades regionais elaborou este documento, o qual foi aprovado em sede da Comissão Regional da Dieta Mediterrânica para posteriormente ser objeto de consulta pública.
O Plano de Atividades, que se coloca agora em consulta pública, define os objetivos e as iniciativas considerados estratégicos para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Dieta Mediterrânica no âmbito de: (1) identificação, investigação e documentação; (2) preservação e proteção; (3) promoção e valorização e (4) transmissão, através da educação formal e não formal. Para cada uma destas áreas de atuação são identificadas as ações que, em cada uma dessas iniciativas, diversas entidades regionais se propõem realizar de 2018 a 2021.